O dia que eu me despedi da vida... Quando eu era criança, com meus 4/5anos, eu tinha muitos temores, envolvendo sequestro, morte, perigos, tais como engolir chicletes,engasgar com bala soft e muuuita culpa por fazer algo errado, desobedecendo aos adultos. Nunca tive medo da morte , pelo contrário, morrer sempre foi para mim algo natural e bom. Um dia , estava numa reunião de jovens, tinha ido para fazer companhia a irmã adotiva da minha mãe. Eu estava feliz, mas, já estava cansada de ficar tanto tempo quieta numa igreja. Alguém teve a brilhante idéia de me dar um chicletes de caixinha de hortelã. Fiquei mascando o chicletes na maior felicidade e culpa , de olho nas pessoas que estavam á frente dirigindo a reunião e de repente, por acidente engoli o chicletes. Como tinha lido no jornal que um garoto tinha morrido ao engolir um chicletes, pensei que ia morrer também. Na hora , eu pedi a DEUS perdão pelos meus pecados e que me recebece no céu, pedi também para chegar em casa para despedir dos meus pais. Depois, sai despedindo das pessoas, dizendo que ia morrer, eu naõ entendia na época o porquê delas rirem , como se o que eu estava dizendo fosse piada, quando era muuuito sério para mim. Uma das pessoas que eu disse isso era minha professora na classe de crianças que eu frequentava todo domingo, o nome dela era Lucia. Eu cheguei nela de mansinho, depois que a reunião acabou e os jovens ficaram ''batendo papo'', conversando e disse que não iria na aula no dia seguinte porque eu ia morrer. Ela se assustou e me perguntou :- Como? Porque? Morrer? Me explica isso. Daí eu disse que tinha engolido o chicletes sem querer e que por isso eu ia morrer,porque a minha mãe sempre dizia que quem engole chicletes morre. A professora disse que eu estava fora de perigo, e eu disse que não, só precisava chegar em casa para despedir dos meus pais. Ela me disse que não ficasse preocupada, eu disse a ela que eu ia morar no céu e lá era lindo , porque eu já tinha ido lá em sonho. Mesmo com a sentença de morte, dada por mim, devido a muita informação e toda culpa recomendações e reprimendas, não fiquei triste, não fiquei desesperada, fiquei tranquila apesar de ter todo aquele frio na barriga que o desconhecido dá. Depois da conversa longa, a irmã da minha mãe, resolveu ir pra casa, e eu chegando em casa, despedi dos meus pais, dizendo que ia morrer porque engoli chicletes de caixinha sem querer.Minha mãe não me deu trégua, me passou um sermão daqueles e disse que talvez, eu não morresse ,já que o chicletes não tinha sufocado como sufocou o menino, DEUS estava me dando uma chance. Aí que eu fui entender que nem toda pessoa que engole chicletes morre, só as que o chicletes sufoca, o que não acontece com quem come a folha da planta comigo ninguém pode , que quem come morre mesmo(isso já é outra história). O que eu aprendi , além de que chichletes só mata quando sufoca, foi que a vida era curta, diante da morte vale a oportunidade da despedida. DEUS dá chances para a gente, devolve a vida, mesmo quando a gente está preparado para ir. A morte não me assusta, enfrentei ''numa boa''.Sou sobrevivente do terror que me empunham, sobrevivente do chiclete de caixinha , sobrevivente de mim. Descobri que a vida é muito frágil , e por um deslize, sem querer , ela acaba e a gente se pode ir se encontrar com DEUS, Descobri ainda, que a cada dia DEUS dá uma chance para gente viver e por isso a gente tem que ser o melhor que der, aproveitar , curtir, fazer a vida valer .Afinal de contas, como minha sábia avó diria, prá morrer basta estar vivo!! Viva a vida !!
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